Depois
de um curto período de paz, os países europeus contrários às inovações trazidas
pela Revolução Francesa recomeçaram sua luta contra a França. Embora não
conseguissem derrotar a Inglaterra, sob o comando de Napoleão os franceses
tiveram importantes vitórias, e novos territórios foram conquistados,
formando-se o Império Napoleônico.
As guerras externas que ameaçaram o
Império eram em geral comandadas pela Inglaterra, que tinha na França uma rival
aos seus produtos industrializados. Os demais países que formaram as diversas
coligações, eram normalmente monarquias absolutistas temerosas dos reflexos da
Revolução sobre sua estabilidade política. A França estava cercada por
inimigos.
O primeiro confronto do período
imperial deu-se contra a Terceira Coligação( Inglaterra, Rússia e Império
Austríaco). Com o apoio da Espanha, velha inimiga inglesa, a marinha francesa
atravessou o canal da Mancha, na tentativa de invadir a Inglaterra, porém foi
derrotada na batalha naval de Trafalgar. Contudo, a superioridade francesa em
terra, vencendo as batalhas de Ulm, contra a Prússia e Austerlitz, contra o
império Austríaco, derrotaram a Terceira Coligação e levaram à extinção do
Sacro Imério Romano-Germânico, surgindo em seu lugar a Confederação de Reno.
Contudo, a França dependia da
neutralização da Inglaterra, a maior potência econômica do período, querendo
reduzir o poderio econômico britânico, Napoleão decretou o bloqueio
continental, em 1806. Segundo este decreto, os aliados franceses não poderiam
comerciar com a Inglaterra, nem comprando suas manufaturas nem lhe fornecendo
matérias primas.
Em 1807, pelo tratado de Tilsit,
Napoleão obteve adesão da Rússia ao embargo econômico à Inglaterra, ao vencer a
Quarta Coligação nas batalhas de Lena, Eylau e Friedland. A Quinta Coligação,
formada por Inglaterra e Império Austríaco, também sucumbiu frente ao poder das
tropas napoleônicas.
Napoleão disseminou pelos países
conquistados os princípios liberais da revolução francesa, por exemplo, o
código civil, derrubando assim as velhas estruturas aristocráticas. Mas cada
vez que isso acontecia, mais inimigos a França ia fazendo pela Europa.
Portugal desobedeceu ao bloqueio
continental, suas fortes ligações econômicas com a Inglaterra impediam que seu
príncipe, D. João, rompesse estas ligações, sendo assim, sofreu uma intervenção
francesa. Sabendo da invasão, a família real fugiu para sua principal colônia,
o Brasil, em 1808.
Ainda na península ibérica, Napoleão
decidiu depor o rei espanhol Fernando VII, coroando seu irmão José Bonaparte, o
que estimulou a resistência nacionalista contra os franceses. A luta popular,
por meio de guerrilhas, financiada pela Inglaterra, irradiou-se por toda a
península Ibérica, desgastando as forças napoleônicas. O mito de
invencibilidade dos exércitos franceses estavam se extinguindo, ao mesmo tempo
que as colônias espanholas na América aproveitavam-se da crise na metrópole
para iniciar seu processo de independência.
A economia russa estava enfraquecida
em virtude do bloqueio continental, sendo assim a Rússia desprezou as ameaças
de Napoleão e abriu os portos russos aos ingleses. Napoleão ficou inconformado,
reuniu um poderoso exército de mais de 600 mil homens , que marcharia sobre a
Rússia, seria a mais audaciosa, mas também trágica, campanha militar. Os russos
queriam evitar tal confronto, sendo assim, destruíam tudo que pudesse ter valor
ou ser útil para o inimigo.
Quando, finalmente, conseguiu entrar
em Moscou, encontrou a cidade abandonada e incendiada. Sem abrigos, fustigados
pelo rigoroso inverno e enfrentando as implacáveis guerrilhas russas, os homens
de Bonaparte iniciaram a retirada, permitindo aos russos tomarem a ofensiva.
Napoleão saiu da Rússia com menos de 100 mil soldados, desmoralizado e tendo de
enfrentar o resto da Europa, que se mobilizara contra ele.
Esgotado, o imperador teve de
enfrentar uma sucessão de derrotas e fracassos. Formara-se a Sexta Coligação,
composta por Prússia, Inglaterra, Rússia e Império Austríaco, que o venceu na
batalha das Nações, foi obrigado então a assinar o tratado de Fontainebleau,
segundo o tratado o imperador abriria mão do trono francês, recebendo em troca
dois milhões de francos anuais e plena soberania sobre a ilha de Elba, situada
no mar Mediterrâneo.
Com seu exílio, foi coroado rei Luís
XVIII, irmão de Luís XVI, guilhotinado durante a Revolução. Porém Napoleão
fugiu de Elba e desembarcou na França com 1200 soldados, foi recebido
festivamente por seus ex-comandados e pela população e marchou em direção a
Paris. Luís XVIII fugiu para a Bélgica e Napoleão pôs-se novamente à frente do
governo francês.
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